Você consegue imaginar um jogo que, quanto mais tempo você passa longe dele, mais o seu personagem esquece habilidades e informações cruciais? Essa é a mais recente e instigante provocação de Hideo Kojima, o lendário criador por trás de franquias como Metal Gear Solid e Death Stranding. A ideia, compartilhada em seu podcast, sugere uma mecânica onde o próprio ato de não jogar se torna parte da experiência, forçando os jogadores a revisitar o game para não perderem progresso de uma forma totalmente nova.
Essa proposta de um “jogo do esquecimento” levanta discussões fascinantes sobre a relação do jogador com o tempo e a persistência no mundo dos games. Seria uma forma de simular a fragilidade da memória ou uma crítica à cultura do “jogar para zerar” e seguir em frente rapidamente? Kojima, conhecido por suas narrativas complexas e mecânicas não convencionais, mais uma vez desafia as fronteiras do que um videogame pode ser.
O Conceito: Uma Luta Contra o Próprio Tempo
A ideia de Kojima, embora ainda conceitual, propõe que o jogo ativamente “esqueça” elementos da progressão do jogador, como habilidades aprendidas, áreas descobertas ou até mesmo detalhes da narrativa, caso o jogador se ausente por períodos prolongados. Isso criaria uma dinâmica única, onde a manutenção do conhecimento dentro do jogo se tornaria um objetivo em si. Diferente de jogos com eventos temporais ou conteúdo sazonal, aqui a penalidade pela ausência seria a perda da própria memória virtual do protagonista, refletindo de forma lúdica a efemeridade do conhecimento não praticado.
Imagine ter que reaprender a usar uma espada ou revisitar locais para que o mapa mental do seu personagem não se apague. Seria uma abordagem radicalmente diferente dos sistemas de progressão tradicionais, que geralmente acumulam poder e conhecimento de forma linear e permanente. Este “jogo do esquecimento” poderia, por exemplo, ter mecânicas de diário ou anotações que se deterioram, ou NPCs que deixam de reconhecer o jogador após longas ausências.
Implicações e Repercussões no Design de Jogos
As implicações de tal mecânica são vastas. Por um lado, poderia aumentar o engajamento contínuo, incentivando os jogadores a retornarem com frequência. Por outro, poderia gerar frustração em jogadores com menos tempo disponível, que se veriam constantemente “remando contra a maré” do esquecimento. Contudo, conhecendo Kojima, a implementação provavelmente buscaria um equilíbrio que servisse à narrativa e à experiência imersiva que ele tanto preza.
Este conceito também dialoga com a crescente discussão sobre o “FOMO” (Fear Of Missing Out) nos jogos, mas de uma perspectiva interna ao game design, e não apenas mercadológica. A urgência não viria de eventos externos, mas da própria natureza volátil da existência do personagem no mundo do jogo. Sem dúvida, é uma proposta que nos faz refletir sobre como interagimos com os jogos e o valor que damos à persistência e à memória no entretenimento digital.
Conclusão: Kojima Mais Uma Vez Desafia o Status Quo
Hideo Kojima continua a ser uma força criativa que empurra as fronteiras do que os videogames podem ser. Sua ideia de um “jogo do esquecimento” é mais um exemplo de sua mente inquieta e sua busca por experiências interativas que transcendam o convencional. Embora seja apenas um conceito, a simples menção já acende a imaginação da comunidade gamer e dos desenvolvedores, mostrando que ainda há muito espaço para inovação no design de jogos.
E você, o que achou dessa ideia de Hideo Kojima? Acha que um “jogo do esquecimento” seria uma experiência interessante ou frustrante? Deixe seu comentário!
Fonte: IGN Brasil