Night City é muito mais do que um cenário futurista. Em meio a neons, implantes e violência, o que salta aos olhos é a crítica social de Cyberpunk 2077. O jogo expõe as fissuras de um sistema onde desigualdade, exploração e corporativismo se misturam e nos obriga a encarar o presente com outros olhos.
A crítica social de Cyberpunk 2077 e a desigualdade extrema de Night City
Desde os primeiros passos em Night City, a desigualdade grita. De um lado, arranha-céus reluzentes; do outro, favelas futuristas afundadas em lixo e desesperança. A cidade pulsa com vida, mas é uma vida segmentada, onde poucos têm tudo e muitos não têm nada.
Essa disparidade não está apenas na estética. Ela molda narrativas, interações e até a arquitetura da cidade, criando um contraste visual e simbólico que reforça a tensão entre riqueza e miséria. A crítica social de Cyberpunk 2077 emerge dessa dicotomia: um futuro onde a exclusão foi elevada a um novo patamar tecnológico.
Megacorporações e o poder desenfreado
Quem manda em Night City? Não é o governo. São corporações como Arasaka e Militech que controlam segurança, política e até a vida pessoal dos cidadãos. A soberania foi privatizada.
A crítica social de Cyberpunk 2077 é clara: a “corporatocracia” substitui a democracia, e o lucro é o único valor absoluto. A presença das megacorporações é opressora, com prédios imponentes, exércitos privados e decisões que afetam milhões sem qualquer consulta pública. Uma sátira direta ao avanço do neoliberalismo e à erosão do bem comum.
Precarização do trabalho
A vida de V, o protagonista, ilustra uma economia baseada na sobrevivência. Ele é um edgerunner, um trabalhador autônomo da violência. Aceita o que aparece: resgates, assassinatos, transporte de dados ilegais. Tudo em troca de eurodólares e reputação.
Essa é a “gig economy” levada ao extremo. Não há contrato, férias, plano de saúde. Só o próximo trabalho. A crítica social de Cyberpunk 2077 aponta para a nossa realidade contemporânea: trabalhadores cada vez mais precarizados, à mercê de algoritmos e plataformas que vendem liberdade mas entregam instabilidade.
O custo da melhoria: corpos como commodities
Implantes cibernéticos deveriam significar evolução. Em Cyberpunk 2077, significam dívida. Quem pode, se aprimora. Quem não pode, corre riscos com sucata ou se torna obsoleto. E quando o corpo falha, o sistema descarta.
A crítica social se intensifica aqui. A tecnologia, em vez de libertar, torna-se uma prisão invisível. O corpo humano se torna mais um bem de consumo, e aqueles que não acompanham o ritmo são deixados para trás. A distopia não está nas máquinas, mas nas estruturas que decidem quem pode usá-las.
O consumismo e a falsa liberdade na crítica social de Cyberpunk 2077
Night City é um espetáculo visual. Publicidades holográficas invadem o céu, promessas de felicidade artificial estão por toda parte. Mas tudo isso é só ruído, uma cortina de fumaça para encobrir a dor, o vazio, a opressão.
A crítica também fala sobre a ilusão de escolha. Mesmo em um mundo aberto, V vive preso a um sistema que molda seus caminhos. É possível tomar decisões, sim, mas sempre dentro dos limites de um sistema corrompido e desigual. Liberdade, aqui, é um produto com preço.
Além disso, para quem se interessa em explorar novas camadas do universo de Cyberpunk 2077, vale conferir a nova matéria sobre o RPG de cartas que mergulha ainda mais nas sombras de Night City:
Cyberpunk Legends Into the Night expande o universo distópico com narrativa e estratégia.
Conclusão: um espelho que incomoda
Cyberpunk 2077 é mais do que um jogo de mundo aberto. É um manifesto visual, narrativo e simbólico sobre o rumo que a humanidade pode tomar. A crítica social de Cyberpunk 2077 não está escondida, ela é o cerne da experiência.
Em vez de um futuro fantástico, o jogo entrega um alerta: o avanço tecnológico, se guiado apenas pelo lucro, pode levar a um colapso ético e humano. A violência, o abandono e o consumismo extremo não são apenas elementos de gameplay, são reflexos de decisões que estamos tomando hoje.
Night City pode ser um pesadelo. Mas é um pesadelo com endereço certo, o nosso.
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