Análise Doom: The Dark Ages – brutal, belo e excessivo

Os portões do inferno se abrem em pleno feudalismo cósmico. Nesta análise de Doom: The Dark Ages, mergulhamos em um universo onde castelos góticos em ruínas, dragões mecânicos e demônios ancestrais emergem das sombras para compor um dos capítulos mais ousados da franquia.

No centro desse turbilhão apocalíptico está o Doom Slayer, acorrentado aos desígnios de deuses antigos e reis profanos. A premissa é audaciosa: um Doom medieval misturando fantasia sombria e tecnologia alienígena, sem perder o ritmo frenético que define a série.

Como resultado, temos uma experiência brutal, bela e excessiva. Um jogo que convida o jogador a uma imersão reverente e inesquecível.

Doom the dark ages é brutal, belo e excessivo
Imagem: Divulgação / Id Software – Doom: The Dark Ages – Press Kit Oficial

Estética medieval e ambientação infernal

A ambientação de Doom: The Dark Ages é um espetáculo de tecnofantasia medieval. Imagine templos adornados com vitrais góticos e circuitos ancestrais pulsando energia demoníaca. O jogo se passa em reinos inspirados em Argent D’Nur, onde cavaleiros sentinelas de armadura futurista combatem legiões infernais.

Além disso, a direção de arte equilibra o grotesco e o sublime. Castelos em ruínas iluminados por fogueiras infernais dividem espaço com florestas profanas e cidades flutuantes. A paleta de cores oscila entre o rubro do sangue demoníaco e o dourado espectral da magia Makyr.

Cada cena visual conta uma história. Por exemplo, demônios vestem armaduras retorcidas com cruzes flamejantes. O Doom Slayer ostenta um escudo com serra embutida que brilha em verde ardente. Há um claro compromisso com a narrativa visual.

Narrativa mais densa, mitologia expandida

Se antes Doom era sinônimo de tiroteio sem contexto, agora temos uma narrativa cinematográfica. Doom: The Dark Ages é um prequel de Doom (2016). O enredo apresenta o Slayer como um guerreiro usado pelos Makyrs como arma divina contra o Inferno.

Essa abordagem adiciona profundidade trágica ao personagem. Ele não é apenas raiva encarnada, mas também uma vítima de poderes maiores. O universo do jogo expande-se com reis, sacerdotes infernais e batalhas míticas.

Por outro lado, nem todos os fãs ficaram satisfeitos. Muitos criticam o excesso de cutscenes e diálogos. Doom sempre foi a favor da ação direta. Para esses jogadores, o ritmo narrativo mais denso pode parecer um obstáculo. Ainda assim, há quem veja valor na mitologia enriquecida.

Combate corpo a corpo e escudo-serra

O combate em Doom: The Dark Ages ganha uma nova dimensão com a introdução do escudo-serra. O ritmo do jogo muda. Menos acrobacias aéreas, mais combate tático. O escudo não serve apenas para defesa: ele pode ser arremessado com força brutal, causar dano ou resolver quebra-cabeças.

Além disso, a mecânica de parry traz um novo fluxo: bloquear, atordoar, contra-atacar. O Doom Slayer se torna uma parede de ferro em movimento. Como consequência, cada confrontação se transforma em um duelo sangrento.

O arsenal mistura clássicos e inovações. A espingarda de dois canos continua lá, mas divide espaço com machados energéticos e rifles de estacas explosivas. Os glory kills retornam, mais teatrais do que nunca. Assim, o combate se torna um balé de brutalidade.

Equilíbrio entre tradição e inovação

Doom: The Dark Ages respeita as raízes da franquia, mas não tem medo de mudar. A mobilidade foi reduzida em relação a Doom Eternal, mas em troca ganhamos uma sensação de peso e impacto maior.

Em vez dos cenários sci-fi de antes, a ambientação medieval sombria substitui Marte e a Terra destruída, sem perder o horror cósmico característico. As armas continuam exageradas, agora com um toque de ferreiro insano. A narrativa não é mais um pano de fundo: é um elemento central.

Mesmo com tantas mudanças, a essência permanece. Doom ainda é sobre carnificina rítmica, execuções criativas e uma trilha sonora que pulsa como um coração em fúria. Portanto, The Dark Ages é diferente, mas ainda é Doom.

Segmentar jogabilidade e explorar o inesperado

The Dark Ages também brinca com a estrutura das fases. Em momentos pontuais, o jogador controla um mecha gigante ou voa montado em um dragão cibernético. Essas seções são curtas, mas marcantes. Ou seja, não interrompem o fluxo; enriquecem a experiência.

Além disso, algumas fases apresentam elementos de sandbox. É possível explorar caminhos alternativos, encontrar segredos e enfrentar desafios opcionais. Não é um mundo aberto, mas oferece liberdade sem sacrificar o ritmo.

Esse tipo de variação mostra que Doom pode experimentar sem perder sua identidade. Ou seja, os devs encontraram um ponto de equilíbrio entre a narrativa, a ação e a exploração.

Conclusão da análise: Doom: The Dark Ages

Doom: The Dark Ages é uma ode à reinvenção. Ele preserva o que é essencial à franquia, mas amplia suas fronteiras. Estética, narrativa e mecânicas se entrelaçam em uma experiência singular.

Para os fãs de longa data, há muito o que celebrar. Para novos jogadores, é uma porta de entrada cinematográfica, brutal e sedutora. Doom nunca foi tão ousado. E talvez nunca tenha sido tão belo.

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