GTA IV: A obra-prima subestimada da Rockstar

GTA IV A Obra-Prima Subestimada da Rockstar que Merece uma Segunda Chance
GTA IV A Obra-Prima Subestimada da Rockstar que Merece uma Segunda Chance

O jogo que ousou ir além da violência gratuita

Lançado em 2008, Grand Theft Auto IV dividiu opiniões ao adotar um tom mais sombrio e introspectivo. Enquanto a maioria esperava o exagero e a liberdade vistos em San Andreas, a Rockstar escolheu contar uma história sobre culpa, sobrevivência e desilusão. Niko Bellic, um imigrante do Leste Europeu, não buscava poder. Seu objetivo era esquecer um passado de guerra e acabou mergulhado em um novo tipo de conflito, dentro de uma América quebrada por dentro.

Mesmo com toda essa carga emocional e técnica, GTA IV raramente ocupa o mesmo pedestal que GTA V ou San Andreas. E isso precisa mudar.

Por que GTA IV merece mais reconhecimento?

Uma narrativa que arrisca — e entrega

Ao contrário dos protagonistas exagerados de outros títulos, Niko é humano. Ele hesita, sofre, e muitas vezes carrega dúvidas morais. Não se trata de matar por diversão, mas de fazer o que é necessário. Isso torna sua trajetória mais próxima da realidade e, por isso mesmo, mais desconfortável.

A história não gira em torno de conquistas, mas sim de perdas e consequências. Essa abordagem exige maturidade do jogador, e poucos games naquela época ousaram pedir isso.

Liberty City como personagem

A cidade não funciona apenas como cenário. Ela respira, reage, observa. Cada distrito tem sotaques próprios, comportamentos distintos e microcosmos sociais que espelham a complexidade urbana de Nova York.

Com atenção minuciosa aos detalhes, a Rockstar transformou Liberty City em um organismo vivo. Essa densidade transforma cada caminhada e cada rua em uma experiência imersiva.

Realismo que incomoda, mas impressiona

Diversos jogadores criticaram a física pesada, a direção menos “arcade” e as mecânicas mais exigentes. No entanto, tudo isso foi proposital. A proposta era entregar uma experiência verossímil, onde cada movimento importa.

Em vez de apostar no espetáculo, GTA IV se apoia na tensão. Você sente o peso do carro, da arma, da decisão errada e tudo isso amplia o impacto de cada momento.

San Andreas, GTA V… e onde entra GTA IV?

Comparações são naturais, mas raramente justas.

  • San Andreas inovou com sua vastidão, personalização e o carisma de CJ.
  • GTA V consolidou um mundo vivo com três protagonistas e narrativa cinematográfica.
  • GTA IV optou por uma jornada mais íntima, desconstruindo o “herói” e trazendo o peso das escolhas para o centro da narrativa.

A crítica especializada aclamou o jogo. Ainda assim, entre os fãs, o título seguiu subestimado, talvez por não entregar absurdos, talvez por ser difícil encarar verdades cruas no controle de um personagem realista.

O possível remaster e o retorno merecido

Rumores sobre um remaster de GTA IV para 2025 reacenderam o interesse pelo jogo. Se confirmado, ele pode apresentar essa narrativa madura a uma nova geração, agora com gráficos atualizados e desempenho otimizado.

Esse retorno pode significar mais do que nostalgia. Pode representar justiça a um título que ousou ser diferente e, por isso mesmo, foi mal compreendido. GTA IV não precisa competir com os demais. Ele ocupa um espaço próprio: o da obra que não tenta agradar, mas provocar.

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