Por que aceitamos que jogos pagos simplesmente desapareçam?
A campanha Stop Killing Games, liderada por Ross Scott (Accursed Farms), levanta uma questão incômoda: estamos deixando as empresas matarem jogos sem resistência, e isso pode enterrar uma parte da história dos videogames.
O que é a campanha Stop Killing Games?
A iniciativa Stop Killing Games surgiu após o anúncio de que The Crew, da Ubisoft, teria seus servidores desligados definitivamente, tornando o jogo injogável, mesmo para quem o comprou.
Ross Scott viu ali uma ruptura: jogos digitais estavam sendo tratados como serviços temporários, sem qualquer responsabilidade com o consumidor ou com a preservação da obra.
e os riscos da normalização
Segundo Scott, o maior problema é que essa prática vem se tornando normalizada.
Jogos como Battleborn, Gears Pop! e edições limitadas como Mario 3D All-Stars desapareceram do mapa, e com isso, parte do legado interativo da nossa geração também se foi.
A campanha busca obrigar empresas a darem fim digno aos jogos: com aviso prévio, possibilidade de jogar offline ou disponibilização do código para preservação.
Stop Killing Games enfrenta seu prazo final
Com dois marcos importantes no calendário, a petição do Reino Unido (14 de julho) e a Iniciativa de Cidadãos da UE (3 de julho) — o movimento corre contra o tempo.
Apesar de ser uma das iniciativas mais populares da Europa, ainda não atingiu o milhão de assinaturas necessário para se tornar politicamente vinculante. E isso revela um problema ainda maior: o desinteresse coletivo em lutar por algo que ainda não sentimos como perda.
Além disso, se o sumiço de jogos já comprados levanta debates sobre consumo e preservação, vale refletir também sobre outro efeito colateral da indústria: Impacto econômico dos adiamentos: como atrasos em lançamentos afetam o mercado de games.
Conclusão: ou reagimos agora, ou perderemos muito mais
Ross resume a situação com uma imagem brutal:
“Ou o sapo pula da panela, ou morre fervido.”
A Stop Killing Games é mais do que uma campanha. É um alerta.
Se não reagirmos, continuaremos comprando jogos que, em silêncio, podem desaparecer da noite para o dia.
Fonte: PCGamer